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TikTok ditou tendências musicais do ano, e o Brasil aprendeu a transformar refrão em movimento.

Publicada em: 21/12/2025 07:00 -

A plataforma virou motor de hits e mostrou como a música popular brasileira se adapta rápido à lógica dos virais.

 

O TikTok já deixou de ser “rede de dança” faz tempo, mas 2025 mostrou algo ainda mais forte, a plataforma virou um radar oficial de tendência musical, com capacidade real de empurrar faixas para o mainstream e, às vezes, até de ressuscitar músicas antigas com cara de novidade. Um balanço recente de tendências apontou os artistas e sons que dominaram o comportamento da comunidade, e o mais interessante, para o Brasil, é como essa lógica conversa perfeitamente com o nosso jeito de consumir música.

Aqui, a música sempre foi social. Ela nasce em roda, em festa, em bar, em baile, em carro com janela aberta. O TikTok digitaliza esse instinto e transforma refrão em linguagem, um trecho vira meme, vira desafio, vira “áudio do momento” e, de repente, uma música que parecia restrita a um nicho ganha o país. Isso acontece com força no funk, no pagode e no sertanejo, porque esses gêneros já trabalham com ganchos fortes, bordões, batidas reconhecíveis e letras fáceis de repetir.

O que mudou em 2025 foi o grau de consciência. Muita gente passou a lançar música já pensando em como ela será recortada, quais 15 segundos vão funcionar, qual frase vira legenda, qual virada de batida vira transição de vídeo. Não é “fabricar hit”, é desenhar pontos de entrada. E, em uma plataforma onde a descoberta é guiada por comportamento, um ponto de entrada bem pensado vale mais do que um lançamento barulhento.

Outro detalhe é que o TikTok encurtou o caminho entre artista e público. Um trecho performado pelo próprio artista pode ser mais eficiente do que uma campanha inteira. Para o Brasil, isso é ainda mais relevante porque o público gosta de proximidade. Quando o artista aparece “como gente”, cantando no bastidor, no camarim, na rua, a música ganha rosto, ganha verdade. E verdade, na internet, vira moeda.

Mas nem tudo é vantagem. A mesma dinâmica que faz uma música explodir também faz a atenção trocar rápido. A virada de 2025 para 2026 reforçou esse alerta, quem vive só de tendência corre o risco de virar trilha de uma semana. Por isso, a estratégia que mais deu certo foi a combinação, usar o TikTok como ignição, mas sustentar o fogo com ao vivo, com repertório, com identidade e com narrativa. Em outras palavras, transformar o “áudio do momento” em carreira.

Para um portal de música, a leitura é ótima. Cobrir TikTok não é cobrir fofoca de rede social, é cobrir o lugar onde o gosto popular está sendo formado em tempo real. E o Brasil, como sempre, segue especialista em fazer música virar movimento.

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