Alta nos custos e orçamento apertado impactam diretamente a saúde financeira dos prédios.
A inadimplência voltou a preocupar síndicos e administradoras nas principais capitais do país, com destaque para São Paulo. Levantamentos recentes indicam crescimento no número de unidades em atraso, especialmente em condomínios residenciais de médio padrão, onde o orçamento das famílias está mais pressionado.
O aumento dos custos fixos do condomínio, como água, energia, manutenção e folha de pagamento, somado à inflação acumulada, tornou o equilíbrio financeiro mais delicado. Em muitos casos, a inadimplência não é pontual, mas recorrente, o que compromete o fluxo de caixa e obriga o condomínio a recorrer a fundos de reserva ou aprovar taxas extras.
Para o síndico, o cenário exige postura firme e estratégica. A cobrança precisa ser rápida, organizada e, sempre que possível, preventiva. Muitos condomínios ainda falham ao deixar atrasos se acumularem por meses, o que dificulta acordos e aumenta o risco de judicialização.
Administradoras mais estruturadas já adotam políticas claras de cobrança, com comunicação escalonada, acordos formais e, quando necessário, encaminhamento jurídico dentro dos prazos legais. O objetivo não é punir, mas recuperar crédito sem gerar desgaste desnecessário entre moradores.
Outro reflexo direto da inadimplência é o impacto na manutenção do prédio. Obras são adiadas, contratos renegociados e serviços essenciais ficam no limite. Isso afeta a conservação do imóvel e, consequentemente, sua valorização no mercado imobiliário.
Em condomínios maiores, cresce também o uso de relatórios financeiros mais detalhados, apresentados de forma clara aos moradores. Transparência tem sido uma aliada importante para reduzir conflitos e aumentar a compreensão coletiva sobre a necessidade de ajustes orçamentários.
O momento exige gestão ativa, comunicação constante e decisões rápidas. Ignorar a inadimplência ou tratá-la como algo secundário pode comprometer seriamente a saúde financeira do condomínio a médio prazo.
