Crescimento da prática pressiona regras internas e aumenta disputas entre moradores.
O aluguel por temporada voltou a ganhar destaque nas últimas semanas, impulsionado pela retomada do turismo urbano e pela busca de renda extra por proprietários. Em grandes capitais, especialmente São Paulo, o tema reacendeu debates intensos dentro dos condomínios residenciais.
Para muitos síndicos, o desafio é equilibrar o direito de propriedade com a segurança, o sossego e a convivência coletiva. A circulação constante de pessoas estranhas ao condomínio gera preocupação com controle de acesso, uso das áreas comuns e aumento do desgaste da portaria.
Decisões recentes reforçam que a convenção do condomínio é o principal instrumento para definir os limites dessa prática. Quando há proibição expressa ou restrições claras, o condomínio tem respaldo para agir. Já nos casos em que o documento é omisso, o conflito tende a se intensificar.
Síndicos profissionais têm adotado uma postura mais preventiva, levando o tema para assembleia e propondo regras objetivas, como cadastro prévio de hóspedes, limite de ocupação, responsabilidade por danos e regras específicas de uso das áreas comuns.
O impacto no mercado imobiliário também é relevante. Em alguns bairros, imóveis com regras mais flexíveis atraem investidores, enquanto condomínios mais restritivos valorizam o perfil residencial e familiar. Cada escolha traz consequências diferentes.
O consenso entre especialistas é que a omissão é o pior caminho. Ignorar o crescimento do aluguel por temporada pode gerar insegurança jurídica e conflitos internos difíceis de administrar. O diálogo e a formalização das regras continuam sendo as ferramentas mais eficazes.
