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O novo “prêmio do Circuito Sertanejo” já virou disputa, e isso muda o jogo da temporada de shows.

Publicada em: 15/12/2025 15:35 -

A votação popular transforma performance ao vivo em critério de prestígio e pressiona artistas a elevarem o nível dos espetáculos.

O sertanejo sempre teve um superpoder no Brasil, ele transforma agenda de shows em calendário afetivo. Em 2025, esse poder ganhou uma engrenagem a mais, um prêmio criado dentro do Circuito Sertanejo, com votação do público para eleger o melhor show. Parece simples, mas a ideia mexe em um ponto sensível, a percepção de quem entrega a melhor experiência ao vivo, não só quem tem a música mais tocada.

Esse tipo de votação costuma fazer duas coisas ao mesmo tempo. A primeira é óbvia, aumenta o engajamento e puxa torcida, afinal, fã de sertanejo não acompanha só música, acompanha carreira, bastidor, romance, briga, reconciliação e a sensação de pertencimento. A segunda é mais importante, cria uma régua pública para discutir show como produto. E, quando show vira produto comparável, todo mundo passa a olhar para palco, setlist, pontualidade, narrativa, luz, som, convidados e até para o jeito como o artista conversa com a plateia.

Na prática, isso pressiona os times a elevarem padrão, porque a competição deixa de ser apenas por posição em ranking e passa a ser por memória. Quem vota, vota lembrando do arrepio, do refrão cantado em coro, do momento em que o artista “parou o show” para falar com o público. Esse tipo de métrica, mesmo informal, tem impacto real, ajuda a vender ingresso, atrai patrocinador e fortalece negociação com festival e evento corporativo.

E tem um detalhe que interessa muito ao Brasil, o sertanejo vive de capilaridade. Ele domina capitais, mas reina mesmo quando gira pelo país todo. Um prêmio ancorado em circuito tende a valorizar consistência, não só explosões pontuais. Artista que entrega bem em várias praças ganha vantagem, porque constrói reputação de confiança, aquele nome que “vale o ingresso”. Para o público, é quase um serviço, uma forma de dizer quem está, de fato, deixando tudo no palco.

O movimento também conversa com outras cenas. Pagode e samba já têm tradição de medir “quem entrega mais ao vivo”, e o funk aprendeu a transformar performance em conteúdo viral. O sertanejo, ao formalizar uma disputa de show, junta essas duas coisas, emoção e estratégia. E abre espaço para um debate que o mercado adora, quem é fenômeno de streaming e quem é gigante de palco.

Se a votação pega tração, ela pode virar um termômetro anual, e mais, pode empurrar uma nova onda de DVDs, projetos ao vivo e turnês pensadas como narrativa, não só como sequência de datas. No fim, o recado é claro, em 2025, não basta lançar música, tem que marcar época em cima do palco.

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